domingo, 18 de dezembro de 2011

Bourbon Imperial Stout - Update

   Pois é.... Cansaram-se todos.
   Ficou na FG de 1,030 mesmo.
  Na tentativa de ressuscitar os bichinhos, transferi a cerveja para outro fermentador e peguei uns 200 ml do slurry. Coloquei o fermento num mosto preparado com malte Pale a uma OG de 1,040 e esperei eles entrarem em atividade de novo.
  Joguei no fermentador e esperei mais uns 4 dias. Até que saiu uma bolhas no airlock, mas nada da densidade abaixar.
   Depois de 14 dias em espera resolvi jogar a toalha e aceitar uma FG de 1,030. Pesquisei um pouco e achei problemas semelhantes com cervejas de alta OG. Me conformei um pouco ao ver que uma densidade final entre 1,020 e 1,030 podem resultar em boas cervejas. 
   Acho que o tempo da sacarificação foi pouca para tanto malte. Como não faço o teste de amido, não sei se houve completa conversão do amido. Quem sabe pode ter sido isso.
    Espero que não fique uma cerveja desequilibrada. 
    Mas tudo bem.
    Transferi para o maturador com o extrato de baunilha e deixarei a 0 graus.
    Mais uma vez é só esperar. Esperar... e Esperar...
   
   

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Bourbon Imperial Stout

   Depois de muita elaboração, brassei a Imperial. Foi muito mais malte do que estou acostumado em minhas levas. Também... para uma OG de 1.090 só moendo muito malte.
   Por ser uma cerveja bem robusta, comecei a inventar muita coisa para compor a receita, mas depois percebi que estava viajando demais e me contive um pouco. Apenas a idéia inicial do extrato de baunilha com bourbom na maturação permanece.
   A receita ficou:
3,0 kg Pale
2,6 kg Pilsner
1,5 kg Munich
0,7 kg Crystal Malt  30
0,35 kg Chocolate
0,35 kg Aveia Torrada
0,4 kg Candi Sugar
30 g columbus a 60 min.
25 g amarillo a 60 min
15 g U.S Goldings a 30 min.
Aveia torrada no pontop certo.
     A brassagem foi a uma temperatura única de 68ºc por 60 minutos e mash-out a 78ºc por 10 min.
    Recirculado o mosto, lavado os grãos e posto para ferver por uma hora, obtive 19 litros a uma OG de 1.090.
   Para fermentar algo nesse nível coloquei dois pacotinhos de fermento. Um de T-58 e outro de S-33. Misturei sem nenhuma pretensão de sair algo revolucionário; Apenas porque eram as únicas cepas que eu tinha em casa para aguentar um pouco mais de álcool.
Linda cor !!!!
    Em menos de 4 horas já começou a atividade no airlock. Da mesma forma que iniciou rápido também parou rápido. Em dois dias a atividade estava pouca. Algumas bolhas em espaços longos de tempo. Com 7 dias de fermentação a densidade estava em 1.035. Deveria descer para no mínimo 1.020.
Começou bem... mas depois cansou.
    E agora José ???... Bem, vou bolar alguma coisa para não passar em branco e tentar acordar as leveduras.
   Não tá morto quem peleia.







quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Livro e cultura cervejeira - 2

Encontrei mais alguns e-books e estou disponibilizando aqui.
Não precisa nem dizer que se você gostou de alguns deles é só ir na livraria mais perto de seu lar e adquirir. Esses aqui são só amostras grátis.

Great American Craft Beer - Andy Crouch: http://www.megaupload.com/?d=QGPCUUOO
The Homebrewer's Recipe Guide More Than 175 Original Beer Recipes: http://www.megaupload.com/?d=40YHH2WM

* Pirataria é crime !!! 

sábado, 26 de novembro de 2011

Extrato de baunilha

   Iniciando os preparos para a Bourbon Imperial Stout já preparei o extrato de baunilha. Como não tenho cavacos de barril de Bourbon nem mesmo um barril, vou usar um extrato feito com o mais puro bourbon do Kentucky.
   Usei uma fava e meia de baunilha e 300 ml de Jim Beam Devil´s Cut.
   Para o preparo da baunilha apenas cortei a fava no sentido longitudinal expondo suas sementes.

 
   As favas cortadas foram imersas no Jim Beam e a mistura ermeticamente fechada para uma completa extração dos sabores e aromas da baunilha. O Jim Beam Cut é uma edição que possui notas mais aguçadas de baunilha, caramelo e carvalho, por isso acredito que o extrato final vai proporcinar boas notas à cerveja.
 
   Já está a 30 dias na fase de extração. Agora é só esperar a brassagem.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Garrafas

Isso nunca me aconteceu antes !!!!!
   Uma das maiores peleias para todos nós é buscar garrafas, limpar, tirar o rótulo e sanitizar.
   Sempre fiz essas etapas com o maior cuidado para não contaminar a cerveja depois de engarrafada. Mas olha o o achei :
Colonias cervejeiras na minha garrafa !!!

   Até hoje foram aproximadamente 730 garrafas utilizadas em minhas levas e só essa apresentou contaminação.
   Não me impressionou muito, mas me alertou ao fato de que coisas assim acontecem
   Lembrem-se: Pode acontecer com você.





sexta-feira, 28 de outubro de 2011

PXTO n⁰ 13 - WeizIPA


            Essa não é nem uma Weizen nem uma American IPA, é simplesmente a mistura das duas.
            Porque misturar ? Tudo começou quando fiz minha primeira compra de lúpulos em conjunto com o amigo Fabrício e dividimos o montante. Resultado: Estoque super dimensionado de lúpulo.
            Então nada mais natural que começar a gastar antes de ficar muito velho. Minhas três últimas levas já iniciaram a missão. Todas elas com IBU próxima de 40. Ótimas experiências, pois cervejas bem lupuladas e equilibradas no corpo e álcool saem muito saborosas.
            A receita de grãos foi de uma cerveja de trigo sem muita invenção usando o que tinha no estoque, mas com uma pitada a mais de lúpulo.
3,00 kg Pilsner
2,00 kg Malte de Trigo
0,55 kg Vienna
0,30 kg Crystal Malt 40
25 g Columbus a 60 min.
20 g Saaz a 30 min.

A rampa foi de 15 min. em 55 c seguido de 50 min. a 64 c e mashout em 78 c.
Usei metade de um saquinho de US-05 e outra metade de WB-06 para ver no que vai dar.
            Foi pro fermentador a temperatura controlada de 18 graus. O controle ficou por conta de um super equipamento que se mostrou eficiente.
Controlador responsável por manter os 18 ⁰c.

Sistema completo de controle seguindo normas rigorosas de qualidade.
        A geladeira é a responsável por resfriar (lógico !!!), para dar uma esquentadinha quando a temperatura baixar do Set Point um secador de cabelo liga automaticamente, e se desliga quando o set point chegar ao desejado. Para manter uma temperatura homogênea em todo interior da câmara de fermentação, um super Cooler fica ligado o tempo fazendo a circulação forçada em todo o interior da geladeira.
Resultado: Temperatura controlada e homogênea dentro da geladeira o tempo todo. Condição perfeita para uma cerveja perfeita.
De novidade nesta leva usei o PH 5.2 Stabilizer. Produto revolucionário que promete aumentar a eficiência e manter o pH sempre em 5.2. Usei um pouco na água de brassagem e outro pouco na água de lavagem. Perguntem-me se funcionou...
Pois é. Não sei dizer. Primeiro porque não medi o pH para saber se realmente ele fica no patamar de 5.2. E segundo porque me enrolei na hora da lavagem e coloquei menos água que o necessário.
Para corrigir o erro resolvi completar a água durante a fervura pois a OG iria ficar maior que o objetivo. Nesse ponto coloquei mais água que o calculado pelo Beersmith e tudo ficou uma bagunça. Não sei se a eficiência melhorou ou piorou.
Não é dessa vez que vou saber se esse troço realmente funciona.
Mas no final deu 21 litros de mosto com OG de 1,055. É a primeira vez que consegui mais que 19 litros no fermentador.
Agora é esperar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Livro e cultura cervejeira

   Minha mãe comentou que sou uma pessoal culta, e que isso é mérito dela.
   OK. Ela está certa.
   Então vou fazer minha parte na sociedade e divulgar alguns livros que peguei por ai na Net.
   Sei que a maioria de tê-los em casa, mas divulgar a cultura é dever de todos.
   São livros que não hospedo aqui no site, só divulgo os links. Se você gostou de algum, adquira-os na livraria mais próxima.
São eles:

  1. Brewing Yeast Fermentation Performance: http://www.megaupload.com/?d=Y37MZNV0
  2. Brewing Yeast and Fermentation: http://www.megaupload.com/?d=79DB6XRA
  3. Charlie Papazian - The New Complete Joy of Homebrewing: http://www.megaupload.com/?d=HJBFNOX9
  4. Homebrew for dummins: http://www.megaupload.com/?d=VP0YCLWK
  5. Scince of beer: http://www.megaupload.com/?d=OHB1SB10
  6. Homebrew favorits recipes: http://www.megaupload.com/?d=HI9LA79N
  7. Handbook of Brewing – Second Edition: http://www.megaupload.com/?d=E0Q5D2AQ
Até a próxima.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

sábado, 3 de setembro de 2011

PXTO Milagrosa - Belgian Speciality

    Essa foi uma brassagem ousada. Não pela receita, mas pelo processo de produção.
   Primeiro pela água utilizada. Foram quilômetros para buscar 40 litros da água sagrada da fonte do profeta João Maria em Herciliópolis - SC. Figura lendária na época da Guerra do Contestado.
   Um eremita que buscava pouso nas propriedades e tinha por hábito abençoar as nascentes para que elas nunca secassem. Dizem que as fontes abençoadas possuem poder curativo, inclusive com relatos sobre a cura de diversos males.
Água milagrosa !!!!
    Quem não conhece a história da Guerra do Contestado, eu empolgadamente aconselho a lerem um pouco sobre ela. Uma história realmente impressionante de um povo que lutou contra o próprio governo Brasileiro pelo direito de permanecer em suas terras em detrimento aos interesses Norte Americano. Vale a pena conhecer.
   A segunda ousadia foi ter misturado dois fermentos. Um pacotinho de Munich da Danstar (fermento Ale) e 250 ml da lama que sobrou da American Pilsner (S-23, Lager). Tudo fermentando a 18ºC. Uma cepa Lager fermentando a esta temperatura deve ficar um pouco esterificado, algo que pessoalmente acho bom quando não em excesso. Não deve dar diacetil pois a cepa Aler vai consumir tudo.
Um fermento Ale que trabalha bem a 18 c.
    Por fim, fiz uso da técnica Dry Hopping. Adicionei 20 gramas de Columbus na maturação. Um lúpulo que acho muito aromático. Pelas pesquisas que fiz é pouca quantidade, mas como é a primeira vez fiquei um pouco ressabiado. Espero que o aroma fique bom.
Columbus .
   Coloquei a truxinha de lúpulo no maturador e vou manter lá por uns 5 dias. Depois vou tirar e manter até o fim da maturação.
   A receita foi a seguinte:
3,00 kg Pilsner
1,00 kg Pale
0,60 kg Munich
0,50 kg Trigo
0,55 kg Caramunich
0,45 kg Candi Sugar 20 min.
21 g Magnun 60 min.
20 g Cascade 30 min.
10 g Cascade 10 min.
   Com uma OG de 1,064, a fermentação aconteceu até 1,014 em 7 dias. Transferi para a maturação a 0ºC com o lúpulo para dry hopping. Com 5 dias tirei o saquinho. Vai continuar maturando por mais 10 dias.
No final da fermentação o aroma ficou muito bom.
   Bem... Agora é esperar.
   Peguem um boa cerveja, e leiam sobre a Guerra do Contestado neste final de semana. O pior que pode acontecer é você ter assunto no trabalho e te acharem um cara culto.
   Até mais.



 

   

sábado, 20 de agosto de 2011

Engarrafando a American Pilsner com o Counter Pressure.

          Muita gente anda me perguntando se o Counter Pressure que eu fiz funciona bem, se é fácil manipular, se não faz sujeira... em fim, se vale realmente a pena usá-lo para engarrafar a cerveja. Como bom mineiro, sou igual a São Tomé – só mesmo vendo pra crer.
Sendo assim postei um vídeo de uma garrafa sendo cheia com o instrumento. O barulho chiado que tem no vídeo é o som do ar sendo expulso da garrafa na medida em que o líquido entra. Lembrem-se que a garrafa fica pressurizada durante o enchimento.
Depois de maturada por 15 dias, engarrafei a metade da leva com priming a 6,5 g/l de açúcar e o restante foi para o keg.
            No keg a carbonatação forçada foi feita com 2,0 kgf de CO2. Em 4 dias estabilizou e ficou no ponto certo.
          A armação toda fica conforme a foto abaixo. Uma mangueira de CO2 que vai no keg e outra de líquido que sai do barril para o counterpressure. O cilindro fica regulado para uma pressão um pouco acima do usado na carbonatação (essa é a pressão interna da garrafa durandte o enchimento). Simples e de rápida instalação.
Nada de gambiarra. Mangueira azul CO2, e branca cerveja.
                 Mas antes de começar a engarrafar uma prova da breja.
Extraida direto da fonte.
                 Agora o vídeo.
            
             A propósito, substitui o tubo de cobre por inox sanitário. O de cobre nunca deu gosto ruim, mas preferí trocar.
                É isso. Espero que sanem a curiosidade.
Até mais.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PXTO n° 11 - American Pilsner

Duas estréias e meia nesta leva (2 ½): elaborei receita com o Beersmith 2 e acoplei uma furadeira no meu moedor pra ver se dava uma agilizada na moenda.
A meia estréia fica por conta da peleia que Eu e o amigo Fabrício (Fklotz cervejas especiais) tivemos para usar o fermento líquido Urquell da Wyeast. Os bichinhos só acordaram depois de quase 5 dias em um starter feito com extrato seco. Quase foram pro ralo (literalmente). Mesmo dando uma pequena proliferada não foi o suficiente para usarmos nessa brassagem. Deixamos eles procriarem mais um pouco pra garantir. Fica pra próxima.
A tentativa que quase deu certo.
Fui de S-23 mesmo.
O Beersmith ficou mais bonito, alguns pequenos detalhes ainda me deram dúvidas, mas deu boa. Achei na net uma versão crackeada e nem precisei comprar.
Já a furadeira realmente deu um booster na moagem. Achei que gerou um pouco de pó no malte, mas no geral o endosperma ficou exposto e as cascas quase inteiras. Confesso que sempre achei indispensável este artifício, mas para quem quer moer bastante quantidade vale a pena. Eu pessoalmente vou continuar com a mão mesmo apesar do bom resultado.
Malte moido com auxílio da furadeira.
Vendo o moinho de rolos que o Breda (Breja do Breda) está vendendo fiquei tentado a dar um upgrade no equipamento.
Vamos à cerveja: Elaborei uma American Pilsen com IBU no limite superior do estilo. Adicionei uma etapa de decocção simples na brassagem pra garantir ela um pouco mais maltada e o resto foi normal.
4,00 kg Pilsen
0,45 kg Vienna
0,40 kg Munich
0,40 kg Carapilssen
 33,00 g Amarillo Gold  60 min
 13,00 g Saaz 30,0 min
 13,00 g Saaz  0

A rampa foi simples: 65 minutos a 65°C. Peguei 3 litros do mosto aos 30 min de brassagem e fiz decocção nele. Na decocção mantive os 3 litros a 70°C por 15 min. e depois fervi por mais 20 min. Retornei para o mosto primário e logo em seguida comecei a recirculação e lavagem.
Panela de Brassagem junto com a panelinha da decocção.
Consegui uma OG antes da fervura de 1,047. Pelo Beersmith deveria ser 1,042. Resultado: Adicionei mais 2 l de água na fervura. Usei a ferramenta de diluição do programa para calcular o volume necessário e no final deu certo. OG pós fervura de 1,050.
Resfriei o mosto para 18°C em apenas 30 minutos. Como a água da torneira aqui está bem gelada, aliado a um chiller imerso em gelo, o resfriamento foi tranqüilo. Os 58 gramas de lúpulo geraram um Trub gigante !!! Sempre faço o whirlpoll mas nunca dá certo. Acabei perdendo uns 2 litros no fundo da panela pois não queria transferir pro fermentador.
2 litros de mosto deixado na panela. Muito Trub !!!
Como o fermento líquido deu chabú... hidratei um S-23 e coloquei nos 19 litros finais.
S-23 hidratado só com água.
 O fermentador foi pra geladeira a 12 graus e após 10 dias farei um descanso de diacetil. Aguardarei mais uns 20 dias de maturação e depois é só alegria.

domingo, 26 de junho de 2011

Robust Porter - A prova final

   Após dez dias de fermentação e quinze dias de maturação engarrafei a metade da leva com priming e o resto em carbonatção forçada.
   No priming coloquei 6,5 g/l de açucar. Vai ficar pronta daqui um par de dias já que a temperatura por aqui não passa dos 10 graus. A levedura vai demorar a acordar.  Pra se ter uma idéia mina Inominable começou a ficar carbonatada depois de 20 dias.
   No Keg coloquei 1,8 kgf/cm2 e depois de 4 dias estabilizou. Antes de engarrafar provei um copo e acho que ficou com uma quantidade boa de co2.

Extraindo do Keg. A torneira é show de bola !!!
   No copo ela ficou muito bonita. Um preto característico e brilhante. A espuma na medida certa, ficando na borda do copo a medida em que damos uns goles.
   Apesar dos seus 6,5% de teor alcoólico ela desce redonda e sem esquentar. O aroma diria que foi neutro, sem sobressair o lúpulo e nem o malte.
   Ao final de cada gole, dá água na boca - literalmente. Os seu 35 de IBU ficaram super equilibrados e casou muito bem com o sabor leve de café. Seu corpo ficou na medida. Nem muito doce nem seco demais (a mostura em 68 graus deu um resultado ótimo).
   No primeiro gole pareceu bem amarga, mas é que estou acostumado com cervejas de IBU no máximo 24. Mas me preparei para o desafio bebendo cervejas bem lupuladas antes. A Gonzo e a Double Dog com 85 de IBU me deixaram esperançosos quanto a minha adaptação a este novo sabor.
  De fato o lúpulo quando bem equilibrado fica excelente. Os maltes caramelos ficaram bem evidentes, talvez um pouco menos na próxima. O malte chocolate  ficou na quantidade certa, sem amargar a cerveja com aquele sabor de torrado.

PXTO 10. Nota 10.
   Pra quem gosta de uma Porter sugiro fazer uma com um IBU mais alto. Esta valeu a pena. Não fica enjoativa e um amargor a mais faz a diferença. Uma sugestão: Na hora de escolher um lúpulo para amargor presta atenção no teor de co-humulone. Quando ele é muito alto fica aquele amargor rasgado, marcante demais.
   Até mais.

sábado, 4 de junho de 2011

PXTO n° 10 – Robust Porter


Cervejas do estilo Porter sempre me agradaram. Desde sua cor intensa e brilhante até seu aroma tostado, torna essa cerveja convidativa nesta época do ano aqui em Santa Catarina.
Fiz esta brassagem pensando em algo diferente. Fui mais ousado que nas levas anteriores.
Utilizei da decocção, coloquei aveia que eu mesmo torrei, acrescentei um candi sugar que eu fiz com açúcar mascavo e por fim carreguei no lúpulo.
Como esta cerveja deve ter um caráter mais maltado, fiz mais uma vez uso da decocção. Fiz uma rampa simples, levando 3 litros do mosto a 70 graus por 20 minutos e fervendo por mais 15 minutos. Depois voltando para a panela de brassagem.
Para a aveia fiz algumas experiências antes. Torrei em três níveis de torrefação para ver a diferença no sabor. Cheguei à conclusão que muito torrado (ela quase preta) fica com sabor amargo; Por isso cuidado na hora de torrar sua aveia. É sempre bom ir experimentando para verificar se está a seu gosto. Usei ela levemente torrada, tornando sua cor um marrom bem clarinho.
Aveia levemente torrada
 Fiquei com medo de colocar muito malte chocolate para não ficar com um sabor muito agressivo no torrado, aquele sabor quase amargo. E para me precaver de uma possível barbeiragem coloquei um pouco mais de maltes caramelos. O estilo permite uma cerveja levemente adocicada.
Já que estava inventando moda, joguei 250 gramas de candi sugar feito com açúcar mascavo orgânico. Fácil de fazer, mas difícil de tirar da forma depois que esfria. Bem diferente quando agente faz com açúcar cristal ou refinado.
Candi sugar de açucar mascavo
 Por fim o lúpulo. Todas minhas cervejas anteriores ficaram com um IBU em torno de 20 a 24. Desta vez coloquei o suficiente para 36 de IBU. Espero que não fique com aquele amargo rasgado.
Resumindo, a receita foi esta:
5,00 kg Pilsner
0,30 kg Caramel
0,28 kg Chocolate Malt
0,25 kg Carahell
0,20 kg Carapilssen
0,20 kg Aveia torrada
0,30 kg candi sugar (açúcar mascavo)
11,00 gr Columbus + 11,00 gm Magnum a 60 min
8,00 grU.S Goldings em 20
 Para dar certo corpo à cerveja e equilibrar com o alto IBU, a brassagem foi feita a 68 °C por 60 min e mash-out a 78 °C por 10 min. 
Depois de recirculado e limpo, dava pra perceber a bela cor que vai ficar a cerveja.
Recirculando o mosto.
 O fermento usado foi o Munich da Danstar. Um fermento que é famoso por ter uma boa atividade em baixas temperaturas mesmo sendo ALE. Está fermentando a 18 °C. Confesso que estou um pouco apreensivo pois a atividade no airlock não é tão intensa. É um fermento relativamente neutro, e nesta temperatura de fermentação vai me dar uma cerveja bem limpa.
Agora é esperar pra ver.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Diacetil – What Diabo is it ?


Na primeira Lager que fiz fiquei pensando o que poderia dar errado. Aí, em uma de minhas rodadas pela net me deparei com o tal do Diacetil. Antes de me aprofundar sobre o assunto, era apenas mais um sujeito que podia fazer minha cerveja ficar com gosto ruim.
Isso até me familiarizar com alguns detalhes técnicos.
Imagina gosto de manteiga na sua cerveja ? Principalmente depois de 30 dias de espera...
A produção do Diacetil está diretamente ligada à quantidade de aminoácidos livres dissolvidos no mosto. Se não existem aminoácidos presentes no mosto em quantidade suficiente, as leveduras acabam por sintetizá-los e, por conseqüência, é produzida uma grande quantidade de alfa-acetolactato, que gera o diacetil.
 Em resumo, quanto menos proteínas os maltes de sua receita tiverem, maior é a probabilidade de formar diacetil na cerveja. Utilizar cereais não-maltados, como arroz e milho, que apresentam um teor de proteína menor que o malte de cevada, levará a ter uma maior chance de gerar o diacetil.
Como nós, cervejeiros artesanais, não costumamos economizar na matéria prima, a utilização de cereais maltados é quase a totalidade em nossas receitas. Portanto a chance de aparecer diacetil é pequena.
Mesmo assim, por desencargo de consciência, para evitar esse tipo de problema em Lagers, é comum adotar o descanso de diacetil. Nada mais é do que aumentar a temperatura no final do processo de fermentação.
Isso possibilita as leveduras reabsorverem o precursor do diacetil (alfa-acetolactato), diminuindo a possibilidade do gosto ruim na cerveja.
Como as Lagers fermentam em temperaturas mais baixas, a reabsorção deste percussor é dificultada. Com o aumento da temperatura durante a fermentação, geralmente nas últimas 24 – 48 horas, as leveduras entram em atividade mais intensa e “comem” o alfa-acetolactato.
Nas minhas 2 Lagers elevei a temperatura para 20 graus no último dia antes de transferir pro maturador.
Já ouvi dizerem que o descanso diacetil lá pelo quinto dia de fermentação é mais eficiente, pois as leveduras ainda não decantaram por completo, e sua atividade fica mais eficiente. No entanto a possibilidade de formar ésteres também é grande já que a fermentação do mosto não acabou.
Pessoalmente não sei o que é melhor. Vou ficar com o mais usado (último dia da fermentação)
Após 2 brassagens de Lager, posso dizer que não é nenhum bicho de sete cabeças. Acho bem tranqüilo, tão quanto uma Ale. A única diferença é ajustar uma temperatura diferente na fermentação e ter um pouco mais de paciência.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

PXTO n° 9 - Inominable


Inominable !!!
Esse é o estilo da última cerveja que fiz nesse final de semana.
O grande barato de ser cervejeiro caseiro é poder inventar. Seguir o seu estilo.
Usei maltes e lúpulos que achei que iam ficar legal juntos e bolei a receita sem a preocupação se iria se encaixar em algum nome.
Foi a chance de estrear meu restrito conhecimento sobre Decocção aliado a um fermento Lager.
Outra inovação nessa minha leva foi utilizar lúpulos para amargor com baixo teor de alfa-ácido. Sei que vai muito lúpulo, mas queria ver o resultado. Ao todo foram 50 gramas para atingir 23,5 de IBU.
           
Segue a invenção:
4,50 kg Pilsner
0,45 kg Melanoidina
0,35 kg Caraamber
25 gm Goldings (60 min)
25 gm Saaz (30 min)

Para fermentar isso tudo usei o S-23. Já me falaram que ele atenua pouco, então não exigi muito. A previsão inicial era uma OG de 1,051.
A rampa foi simples: 63 °C por 45 min., retirada de 3,5 litros de mosto para decocção e por fim 20 min a 68 °C.
O mosto para decocção foi mantido por 15 min. a 70 °C e mais 15 min fervendo. O interessante foi o aroma bem maltado e a cor caramelada que o mosto atingiu no decorrer da fervura.
Tanto o malte melanoidina quanto a decocção devem dar um ar de Bock nesta cerveja.
Mosto da decocção em fervura.
 O processo correu bem, e no final me surpreendi com a OG alcançada de 1,056, e não 1,051 como planejado. 19 litros finais no fermentador. Deu boa...
Fiz algo diferente na lavagem dos grãos. Coloquei um papel alumínio em cima da cama de malte, fiz um monte de furinhos com um garfo e fui derramando a água direto em cima do papel alumínio. Assim evitei ficar fazendo malabarismos com a escumadeira e distribuindo água pela panela. Quem sabe isso me ajudou na eficiência ?
Está fermentando a 12 °C.
Atualizações sobre a leva em breve.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Carbonatação da Weizenbock 2

Mickey e a PXTO n ° 8.
            Hoje fiz a comparação entre a carbonatação forçada com Co2 e o Priming da PXTO n ° 8.
            De cara percebi que o aroma da cerveja com Co2 não é tão agradável como a com priming. A cerveja fica mais brilhante, menos turva – mas nada tão perceptível.
            O sabor é diferente. A com Priming tem um sabor mais complexo; frutado como diria os mais experientes. Acho que o fermento agindo na garrafa faz uma espécie de acabamento final. Depois que ela vai ficando quente percebe-se um pouco de álcool. Ela ficou com 6,13% AVB.
        Esse esquema do álcool no final já tinha sido comentado pelo Cláudio (http://cervejacastrum.blogspot.com) em algumas cervejas que ele provou.
Já a com Co2 o sabor é limpo. Dá pra sentir mais o sabor do malte, parece que ficou menos adocicado, mas não seca.
Acho que para os que gostam de cervejas mais comerciais o Co2 é a melhor opção. Já com o priming, o fermento que age na garrafa deixa sua marca – nem todos gostam dela.
As duas ficaram com uma espuma densa e persistente.
Em relação à quantidade de Co2 por volume, segui as recomendações do BeerSmith, mas achei pouco. Coloquei 1,8 kgf/cm2, devia ter colocado mais. O priming também ficou pouco, os 6,5 g/l de açúcar também não me satisfizeram. Mas nada que tirasse a sensação das bolhinhas na boca.
De resto acredito que ambos têm seu valor. As diferenças existem, mas ainda não tenho uma opinião formada de qual mais me agrada. Por isso vou continuar dividindo minhas levas em duas, e carbonatando metade com priming e a outra com Co2
Apenas duas levas não me dão gabarito para decidir qual o melhor.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Decocção

   Nunca fiz a tal da Decocção.
   Sempre achei que era algo de outro mundo. Complicado e sem efeitos perceptíveis.
   Isso até achar um artigo simples que discute como é feito e  seus benefícios. Alguns até dizem que aumenta a eficiência.
   Como não sou capacitado em escrever nada sobre o assunto, só vou postar o link do artigo.
   A propósito, um site bem interessante com vários artigos técnicos sóbrios e aplicáveis.
   Na próxima leva vou fazer a Decocção e coloco aqui os resultados.
    Até mais ...

segunda-feira, 28 de março de 2011

Weizenbock 2 - PXTO n° 8


Dos 7 estilos diferentes que fiz até agora, vou repetir cada um deles. Agora melhorando alguns aspectos que achei necessário para eliminar eventuais falhas.
Neste sábado fiz a segunda leva da Weizenbock. Como gostei muito da primeira preferi apenas modificar a rampa de brassagem para torná-la um pouco mais encorpada e adicionar mais lúpulo para equilibrar com o corpo.
Aqueci a água em 48 °C e coloquei o malte. Continuei o aquecimento até 55 °C e mantive assim por mais 20 min. Depois 68 °C por 60 min. e mash out com 10 min. em 78 °C.
Usei um mix de malte de Trigo com Trigo Munich. O trigo munich é mais escuro e com um leve sabor de torrado – bem leve mesmo. Só percebo que ele é menos doce que o trigo convencional.
Trigo munich, Caraaroma, Vienna e Trigo.
 Para amargor usei o Halleartauer Perle, acho que seu tom picante cai muito bem em numa Weizenbock.

3,0 kg malte trigo
0,8 kg trigo munich
1,80 kg Vienna
0,80 kg Munich Malt
0,40 kg Caraaroma
15 g Halleartauer Perle 60 min.
7 g Hallertauer Teradittion 40 min.
5 g Hallertauer Teradittion 15 min.

WB – 06 para fazer o milagre da transformação.

            Não tive muita paciência para fazer a lavagem, 30 min nessa etapa parece uma eternidade, mas no final a OG bateu. Sei que não é o ideal pois pode comprometer a eficiência, mas prometo me educar na próxima.
Mosto no meio da lavagem
             Por fim fervura intensa por 60 min.
Fervura nervosa !!!
             Logo nas primeiras duas horas de fermentação a levedura ficou louca. Atividade total.
           A fermentação vai ficar por conta da temperatura ambiente mesmo. A banana deve ficar nítida como manda o figurino. Aqui deve estar fazendo uns 20 graus na sombra, então vai dar tudo certo.
             Agora é esperar e ver o resultado.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Degustação em Joaçaba - SC


  











  
   Meio com atraso mas saiu o post.
   Fizemos uma degustação com 10 estilos de cervejas elaboradas por 3 exímios cervejeiros (Eu, Fabricio e Cristiano). Faltou o Edson mas ele vem na próxima.

    O Ernesto nos cedeu uma mesa no seu estabelecimento - Intervinhos -, que diga-se de passagem reúne uma carta invejável de cervejas e vinhos.
   Pra resumir, sem entrar em detalhes técnicos, posso dizer que todos nós estamos no caminho certo.
   Todas as cervejas ficaram excelentes e muito melhor que algumas comerciais que estamos acostumados.
   Deu para perceber que nós temos estilos diferente um do outro na hora de fazer a Breja. Mais lupulada, mais encorpada ou mais alcoólica. As cervejas ficaram com a marca registrada dos donos.
   Independente do gosto de cada um de nós, todas elas merecem um brinde.
   Pra fechar a conta provamos uma La Trappe Bock. 

   Boazinha também !!!